Apresentação

Nas palavras de Paulo M. Dias e Roger Lee de Jesus, “A História enquanto conhecimento histórico, como resultado do estudo e da investigação sobre o passado, [...] encontra-se em constante atualização”; “poderá perguntar se a História está desatualizada e se precisa de ser revista e atualizada. A resposta a esta questão é «sim». Acreditamos que a História, entendida como o conhecimento histórico, isto é, como o estudo do passado humano, encontra-se desatualizada junto do grande público. Tal aconteceu porque, infelizmente, grande parte dos estudos produzidos em ambiente académico, sobretudo nas universidades, têm acesso limitado e dificilmente chegam a ser conhecidos fora destas instituições” (Atualizar a História, Desassossego, 2022, p. 3 e 9). A ação (congresso) pretende responder aos problemas apontados por aqueles autores, contribuindo, assim, para a atualização e divulgação de conhecimentos sobre a História de Portugal e as formas de salvaguardar e gerir o património imaterial e material, móvel e imóvel (de carácter histórico, artístico, musicológico e cultural). Favorece, ainda, a valorização da história local e do património no contexto educativo, para além de encerrar enormes potencialidades, pela sua cronologia, pelas temáticas abordadas e pelo cruzamento de diferentes áreas do saber, que enriquecerão e diversificarão a ação, para além, obviamente, de congregar um conjunto de conhecimentos que resultam das mais recentes investigações realizadas por grandes especialistas. A ação decorrerá no Mosteiro de Lorvão, o que permitirá aos formandos ter contacto direto com algum património que está na base da ação.

Destinatários

Educadores de Infância, Professores do Ensino Básico e Secundário e Educação Especial

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Educadores de Infância, Professores do Ensino Básico e Secundário e Educação Especial. Para efeitos de aplicação do artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação não releva para efeitos de progressão em carreira.

Objetivos

Conhecer e valorizar a história local e o património da região; disseminar o saber (divulgar os resultados das investigações académicas em curso); atualizar o conhecimento histórico (dotar os formandos dos conhecimentos mais atualizados sobre os assuntos abordados, fazendo-os, desta forma, chegar aos alunos de todos os níveis de ensino); mostrar o carácter interdisciplinar do estudo do património histórico; cruzar saberes de várias áreas (História, História da Arte, Musicologia, Liturgia, Genealogia, Heráldica, Sigilografia, Codicologia, Química, Conservação e Restauro) na construção do conhecimento histórico; divulgar os trabalhos em curso para a musealização do Mosteiro de Lorvão (e para a criação do seu Centro Interpretativo); divulgar os esforços desenvolvidos para fazer dos mosteiros cistercienses polos de desenvolvimento económico, turístico e cultural; e divulgar a base de dados do projeto em curso sobre livros, rituais e espaço no Mosteiro de Lorvão (sécs. XIII a XVI).

Conteúdos

A ação centra-se numa cronologia extremamente importante para a História de Portugal (1471-1521), a vários níveis: político, económico, religioso, artístico, cultural, etc. Incide sobre a História de Portugal (medieval e moderna) e versa sobre a história religiosa (Cistercienses e Franciscanos, os Mártires de Marrocos, relíquias e relicários, São Bernardo e a liturgia), a história social (a linhagem dos Eças, a sua ascendência régia, as estratégias de afirmação do poder e de conservação da memória familiar, e o papel dos mosteiros – e, em particular, do Mosteiro de Lorvão – no âmbito dessa estratégia), a história da arte (numa época de transição das formas) e o património (nas várias vertentes: conservação, valorização, estudo e divulgação). 1. Portugal em expansão e os novos mundos, por Roger Lee de Jesus (Leibniz Hannover University, Alemanha); 2. As monjas cistercienses ibéricas segundo os visitadores de Claraval (1490-1533), por Ghislain Baury (Le Mans Université, França), proferida em espanhol; 3. O monaquismo cisterciense português ao tempo de D. Catarina de Eça, por Saul António Gomes (Universidade de Coimbra); 4. Os Eças e as Eças no Mosteiro de Lorvão, por Luís Miguel Rêpas (Universidade Nova de Lisboa; Universidade de Coimbra); 5. As empresas artísticas de D. Catarina de Eça (1471-1521), por Joana Antunes (Universidade de Coimbra); 6. Cultura material e autoridade litúrgica em Lorvão, em tempos de D. Catarina d’Eça (1471-1521), por Mercedes Pérez Vidal (Universidad Autónoma de Madrid), proferida em espanhol; 7. Heráldica de D. Catarina de Eça, abadessa de Lorvão, em espaços e objetos, por Miguel Metelo de Seixas (Universidade Nova de Lisboa); 8. Os selos do mosteiro de Lorvão ao tempo de D. Catarina de Eça, por Maria do Rosário Barbosa Morujão (Universidade de Coimbra); 9. As assinaturas autógrafas das religiosas da família Eça, por Maria José Azevedo Santos (Univ. de Coimbra); 10. Livros de cantochão no tempo das Eças, por Zuelma Chaves e Alberto Medina de Seiça (Universidade Nova de Lisboa); 11. A biblioteca do Mosteiro de Lorvão, por Catarina Fernandes Barreira (Universidade Nova de Lisboa); 12. A encadernação nos manuscritos do Mosteiro de Lorvão, por Conceição Casanova (Univ. Nova de Lisboa); 13. A cor nos manuscritos do Mosteiro de Lorvão, por Catarina Miguel (Universidade de Évora); 14. Catarina de Eça e as relíquias dos Mártires de Marrocos, por João Luís Fontes (Universidade Nova de Lisboa) e Maria Filomena Andrade (Universidade Aberta); 15. A arca relicário dos Mártires de Marrocos, por Carla Varela Fernandes (Universidade Nova de Lisboa); 16. Um hino a S. Bernardo: Lorvão, Arouca e Alcobaça, por Manuel Pedro Ferreira (Univ. Nova de Lisboa); As 2 últimas sessões centram-se no património, na sua musealização, valorização e divulgação, bem como na disseminação do saber através da disponibilização de bases de dados, em open access, com os resultados de vários projetos: 17. Base de dados do Mosteiro de Lorvão – Projeto 18. O Centro Interpretativo do Mosteiro de Lorvão 19. O Mosteiro de Lorvão integrado nos Itinerários de Cister, por Ana Pagará (Diretora do Mosteiro de Alcobaça) 20. Visita guiada ao Mosteiro de Lorvão 21. Conclusões, por Maria Helena da Cruz Coelho

Metodologias

A ação decorrerá no Mosteiro de Lorvão, o que permitirá aos formandos ter contacto direto com algum património que está na base da ação. Em História é importante cada um poder observar o que é dito pelos formadores. Quando tal não é possível, os formadores usarão recursos informáticos para mostrar os vestígios materiais em que baseiam as suas intervenções e que são objeto da sua análise. A ação funcionará como um seminário, com palestras apresentas por alguns dos maiores especialistas na área, onde apresentam os mais recentes resultados da investigação por eles realizada, seguidas de debate, a partir das dúvidas e dos comentários colocados pelos formandos e pela restante assistência, constuituída, também ela, por especialistas na área. Na última sessão, realizar-se-á uma visita guiada pelo mosteiro. Quer na visita, quer nas palestras será fomentada a interação entre formandos e formadores, numa perspetiva de aplicação prática dos conhecimentos adquiridos a situações de sala de aula.

Avaliação

Os/As formandos/as serão avaliados na escala de 1 a 10, de acordo com o despacho n.º 4595/2015, do Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar. A avaliação dos/as formandos/as depende da frequência mínima de 2/3 das horas de formação presencial. A avaliação dos/as formandos/as decorre em conformidade com o Regime Jurídico da Formação Contínua, n.º 2 do art.º do ECD, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 15/2007, de 19 de janeiro e a carta circular CCPFC-3-2007-Setembro. A avaliação do desempenho dos formandos tem em conta os seguintes parâmetros: - Participação nas sessões (qualidade das intervenções e do trabalho desenvolvido no decorrer da ação); - Trabalho individual de aplicação de conhecimentos. Com os seguintes critérios de avaliação: - Reflexão crítica individual sobre a formação vivenciada e as aprendizagens obtidas/consolidadas em cada módulo da formação, bem como a sua aplicabilidade na sua prática letiva (100%).

Modelo

Inquérito de Satisfação de Avaliação da Ação

Bibliografia

Borges, Nelson Correia – Arte monástica em Lorvão. Sombras e realidade, 2 vols., [s.l.], Fundação Calouste Gulbenkian – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, 2002.Dias, Paulo M. e Jesus, Roger Lee de (Org.) – Atualizar a História, Desassossego, 2022.Portuguese Early Music Database, Coordenada por Manuel Pedro Ferreira (disponível online, em Welcome to PEM | Portuguese Early Music Database (pemdatabase.eu)).Projeto Cistercian Horizons, Coordenado por Catarina Fernandes Barreira (disponível online, em http://cistercianhorizons.fcsh.unl.pt/pt/pagina-inicial/).Projeto SIGILLVM: Corpus dos selos portugueses. 1. Inventariação, catalogação e digitalização da sigilografia eclesiástica secular portuguesa, Coordenado por Maria do Rosário Barbosa Morujão (disponível online, em SIGILLVM PORTVGALIAE (portugal-sigillvm.net)).

Anexo(s)

Programa do Congresso

Observações

Critérios de Seleção: 1º Docentes das Escolas Associadas do CFAE MINERVA, por ordem de inscrição. 2º Outros Docentes, por ordem de inscrição

Formador

Luís Miguel Malva de Jesus Rêpas

Cronograma